novembro 11, 2007

Obras de Arte: uma nova visão

Visitando a 6ª Bienal do Mercosul no Margs vimos as obras:

Do uruguaio Francisco Matto (1911-1995) que faz uma leitura original da corrente estética ao estabelecer um diálogo entre a arte pré-hispânica e as linguagens contemporâneas. As 94 obras expostas, entre esculturas em madeira e pinturas sobre tela e sobre madeira, fazem uma retrospectiva marcada pelo profundo interesse do artista pelas culturas pré-colombianas.


As 19 gravuras do paulista Öyvind Fahlström (1928-1976) são uma referência no cenário artístico mundial dos anos 60. O artista plástico, poeta, jornalista, dramaturgo, crítico, cineasta e ativista foi o único brasileiro homenageado com exposições monográficas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), no Centre Georges Pompidou, Paris, e na Moderna Museet de Estocolmo. A exposição na Bienal é a primeira apresentação no Brasil de seu trabalho. (Não podemos fotografar)

No Santander Cultural vimos as obras de Jorge Macchi. Não conhecia o artista e, tão pouco, entendo de artes plásticas, mas fiquei impressionada. Utilizando elementos do cotidiano como jornais, caixas de fósforos e bacias, o artista segue oposto à Pop Arte, que explora o esvaziamento dos ícones. Na arte de Macchi, tudo é sentimento e música.
Logo na entrada da exposição, há uma gigante tela passando créditos de um filme "Fim de Filme". A trilha que embala as letrinhas é executada pela orquestra Sinfônica de Porto Alegre numa televisão de plasma ao lado. Com esse casamento, percebi claramente a intenção do artista em dar sentindo aos coadjuvantes do nosso dia-a-dia, como a trilha, sempre em segundo plano. Outro exemplo dessa transferência de atenção é a obra “Monoblock”, que transforma cabeçalhos de obituários de jornal, apenas com cruzes e estrelas de Davi, num prédio cheio de sentidos.
Textos de jornais expostos em linhas contínuas são unidos apenas pelas frases de comum ocorrência como “cuerpos sin vida” e “Un charco de sangre”. Carros atravessando estradas coordenam notas de violinos. Pregos pontuam partituras. Somando o trivial ao essencial Macchi compõem sua linguagem.


A mostra faz parte das Exposições Monográficas da 6ª Bienal do Mercosul, que destacam representantes da contemporaneidade, de influências dos anos 60 e do modernismo na história da arte latino-americana.

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