maio 21, 2010

Parando para tentar "acertar"...

Está na hora de parar!!! Tudo está errado...

Ontem uma aluna chamou um colega de "negrinho da vila".

Minha sala de aula as vezes parece um campo de batalha. O recreio é um verdadeiro inferno. As crianças não conseguem, mesmo que elas queiram, trabalhar em grupo.

Não costumo sair da sala de aula, mas hoje tive que ir à secretaria verificar um documento e quando estava voltando, ouvi os gritos das crianças e vi alguns alunos correndo e outros falando "lá vem a professora".

Lembrando o que Liseane Camargo escreveu "A regra precisa ser conhecida e debatida pela criança e compreendida dentro de um ou mais contexto moral. Se a regra estiver sempre associada à presença da autoridade e à punição ou recompensa da atitude, as crianças passam a considerar que, na ausência do professor, a regra perde a validade." E foi isto que eu percebi. As crianças, longe dos olhos dos adultos, longe da autoridade nem lembram que existem regras.

A professora orientadora Neusa Chaves Batista escreveu, após observar minha turma o seguinte comentário: " No meu entendimento as crianças/alunos(as) da tua turma ainda não conhecem o sentido de trabalhar em grupo de modo cooperativo. Entendo que este sentido deve ser trabalhado antes/durante a proposição de práticas pedagógicas inovadoras, pois, a maioria destas práticas estão calcadas em princípios como a participação, cooperação, colaboração (entre escola-aluno, aluno-aluno, aluno-professor, escola-comunidade).Trabalhar com os alunos/as estes princípios os auxília a compreender a dinâmica das relações sociais nos diversos espaços de construção de sociabilidades (dentre estes a escola), possibilitando-lhes o desenvolvimento de princípios e valores como solidariedade, cooperação, tolerência e aceitação das diferenças (etnia, raça, gênero, classe social, religião...)."
Continuo lendo sobre a moralidade na escola (Desenvolvimento moral segundo Piaget) para entender o comportamento das(os) alunas(os) dentro da sala de aula.

Vamos trabalhar na semana seguinte a copa do mundo 2010 e acho que é uma excelente oportunidade para trabalhar a diversidade.

Referência
CAMARGO, Liseane Silveira. Reflexões sobre a moralidade na escola. Artigo baseado em dissertação de Mestrado.
Disponível em:
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=370
acesso em 21 de maio de 2010

4 comentários:

biapedag.blogspot.com disse...

Oi, Solange!
Posso te dar uma sugestão?
Procura o livro infantil "Por quê?" de Nikolai Popov, da Editora Ática.
Essa história já me ajudou muito, na discussão oportunizada com os alunos e trabalhos realizados a partir daí...
Outra sugestãozinha...rs Será que se vcs fizessem filmagens com os próprios alunos falando, por exemplo do que acharam da história e que relação com a turma existe...e depois assistissem, não seria bem interessante? Na minha turma de EJA, estamos fazendo depoimentos em vídeo. Eles estão adorando.
Bjs

Kátia Diehl. disse...

Olá Solange !
Sei bem do que você está falando, leva um pouco de tempo, mas a consciência de grupo acaba surgindo na turma.
Estou trabalhando AMIZADE e RESPEITO com a minha turma,com base no Livro Ninguém é igual à ninguém; e as músicas "Todos somos necessários " e " Respeitar " do Discoverykids.
Uma sugestão é trabalhar com um fundo musical bem calmo, NewAge ou instrumental ... eles reclamam um pouco no início, dizem que dá sono, mas se acostumam depois.
Meus alunos só escutam hip-hop e funk ... já é uma forma de mostrar um novo estilo de música para eles e ... traz muita calma para a sala de aula.
Uma semana muito iluminada e tranquila para você !!!
Beijinhos !
Kátia Diehl.

Colégio Érico Veríssimo disse...

Olá Solange!

Ao ler tua postagem fiquei imaginando e resolvi te fazer este questionamento: de que maneira trabalhas com teus alunos as decisões e como são realizadas as combinações? Como lidam com a tomada de decisões (eles tem a possibilidade de trabalhar e decidir?)
Seria importante trazer algumas evidências do cotidiano, que demonstre teu planejamento e como acontece na sala de aula.
Assim, da maneira que está, fica complicado de compreender tua relação com os alunos e o porque desta dificuldade que estás enfrentando. entendes?

abraços,
Vanessa

Beatriz disse...

Oi Solange, gostei das tuas reflexões sobre os fatos acontecidos e como já estás estudando sobre a questão. Vistes como já há sugestões para melhorar? Realmente a questão da norma de convivência vista apenas como uma regra para ser obedecida qdo há alguém perto, não vale nada. Na linha da sugestão eu te diria que traçar com eles, de forma cooperativa, algumas normas de convivência seria excelente. Comecem com poucas e com as que eles afirmam e tu tb que podem ser respeitadas. Não adianta encher papel com normas se depois elas não são levadas em conta.
Um abração
Bea